segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vou escrever-te uma carta.




Vou escrever-te uma carta.

Vou improvisar linhas em papel branco, deixar a lapiseira fluir, sem parar, evitando assim esconder-me nas entrelinhas.


Vou escrever o que não te consigo dizer, para conseguires ouvir o que não consegues escutar.

Vou despir os meus desejos no papel, desenhar beijos na minha caligrafia, tentar tocar-te até os dedos me esgotarem e os lábios calarem.

Vou mergulhar nesta folha, para que possas arrancar o sabor do meu corpo.

Vou agarrar as palavras, cozer as letras no branco do papel, para não se rasgarem com o tempo.

Vou dizer-te para regares os sonhos, que cultivo em ti.

Pedir-te para não pensares que não sou… deixar as palavras desvendar os meus segredos.

Pedir-te para leres e sentires o que o papel não vai esquecer.

Vou tocar as letras, bailar nas palavras, para dançares na leitura.

Vou gritar palavras para que não se percam no silêncio.

Vou escrever-te uma carta,

porque é mais fácil falar no papel do que escrever com a boca.

(SANTO E PECADOR)

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